21.5.07

primeiro é dia claro, azul, amarelo e branco. e assim, num calor sem suor, rio de escolhas, choro, evaporando aos poucos, relutante, no auge daquela pseudofelicidade. aí vem a chuva, conseqüência invevitável do nosso trato, com pingos gordos se jogando violentamente das nuvens, agora cinzas, que sordidamente combinaram de não mais me deixar te ver. eu, rio, tudo-tem-seu-lado-bom (lá vem pseudo-otimismo), espero que a chuva, parte de mim, me renove. antecipo novas águas, fingindo não saber que são sempre as mesmas (ilusão besta: é só mudança de estado, não tranformação da matéria), enquanto observo o verde ao redor. verde-chuva. verde-triste-molhado-vivo. devia ser blue, mas é verde. o momento é verde, musicalmente verde. sons, texturas, paisagens, vozes, sonhos: diferentes tons de verde. talvez eu não o agüente mais como cor favorita. não quero te associar ao verde. não acho que combine tanto assim...

a chuva aumentou. bom sinal: tempestade. promessa de dias mais quentes. queria fugir da chuva, mas não posso, nem conseguiria: me falta abrigo (e sem ela, como voltar a mim mesmo?) só me resta, então, aceitar ser revirado pelas minhas próprias águas (se ao menos os pingos fossem mais delicados..) e esperar o verde-novo de sempre, aquele que eu espero porque é o que cabe a mim, porque no fim é isso mesmo, porque o ciclo é assim e pronto: o verde pós-chuva.